Meu nome é Adriane Drummond, me mudei para a comunidade Ventosa, depois de trabalhar por 6 meses com moradores de rua e criar uma rede de discussão sobre controvérsias que circundam o universo das PSR. Deixei esse assunto para os peritos, e fui atuar na minha área.
Sou professora da rede pública municipal, minha escola está próxima da comunidade. Mas apenas trabalhando na escola não consigo alcançar os meninos como gostaria, com o formato e limitações que ali existem, então me tornei professora comunitária do PEA (Programa Escola Aberta). Com o tempo, decidi me mudar para a comunidade da Ventosa
Minha casa foi sempre aberta ao público, em especial às crianças que precisam de um espaço para comer e brincar. Comecamos buscando trabalhar civilidades e valores. Como o movimento foi aumentando, tive de fazer uma reforma em casa, a fim de comportar essa demanda. Quando a pandemia chegou, a demanda por atenção e assistência aumentou bastante.
Distribuímos muitos produtos de padaria, cestas, material de limpeza, brinquedos e outras doações, por meses seguidos e o estamos fazendo consistentemente até o retorno das aulas nas escolas públicas.
Também continuamos a oferecer atendimento às crianças, devido à falta de espaço em casa, de recursos para brincar e de atividades escolares disponíveis. Então passamos a oferecer oficinas no turno da tarde, com atividades voltadas para a vida escolar, lazer, brincadeiras orientadas para valores, cupcakes e alfabetização entre outros. Porém, para evitar aglomeração, tivemos de descentralizar os grupos, com as oficinas atendendo a famílias ou vizinhos. Por não termos recursos para oficineiros o suficiente, distribuímos brinquedos, para que fiquem mais em casa e tenham o que fazer. Também contamos com parceiros para oferecer o lanche da tarde para esses grupos, em torno de cerca de 100 crianças. Desde o início da pandemia passamos a entregar cestas para as famílias dos assistidos. Consolidamos uma parceria para utilização de um espaço maior e ajuda de custo, com revezamento de grupos pequenos. Portanto, ainda há a demanda por oficineiros interessados e qualificados para atividades de leitura, escrita, culturais, jogos educativos, games e informática e outras. O trabalho aqui é intenso e a necessidade de qualidade é imperativa. A prioridade dos recursos é para oficinas, pois com elas tiramos as crianças da rua, do “corre” e proporcionamos convivência pacífica, promovemos valores, introduzimos educação com laser — sempre visando respeito, socialização e protagonismo. Contamos também com voluntários, mas com disponibilidade restrita. Sendo assim, precisamos urgentemente de mais pessoas em nossa equipe, também para o período da noite (até 21h), quando os meninos estão mais vulneráveis. Contamos com a compreensão e a ajuda de quem possa se interessar e se dispor.
Desde já agradecemos a atenção!!